Um brasileiro em Berlim

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Objetiva, 01.06.2011 - 136 Seiten
Um dos nomes mais reconhecidos da literatura brasileira na Alemanha, o imortal João Ubaldo Ribeiro foi convidado pelo DAAD, um programa de intercâmbio alemão, para realizar um roteiro literário pelo país. Assim que chegou à Alemanha em 1990, o escritor baiano ganhou uma coluna no jornal Frankfurter Rundschau. O resultado foram crônicas bem-humoradas reunidas no livro Ein Brasilianer in Berlin, sucesso editorial naquele país. No Brasil, a temporada de Ubaldo no país de Goethe repetiu o êxito alemão. Lançado originalmente em 1995, "Um Brasileiro em Berlim" faz um registro impiedoso, divertido e inteligente da experiência de ser brasileiro num país culturalmente tão diverso.
Ao longo das 16 crônicas escritas durante os 15 meses em que permaneceu na Alemanha, Ubaldo, com sua habitual ironia, aborda os estereótipos associados ao brasileiro como um povo sexualmente libertino e o contrapõe à sisudez, também estereotipada, do alemão, lembrando que na Alemanha a nudez pública é tratada com mais naturalidade do que em terras tupiniquins. "Aqui ficar nu na rua não é como no Brasil, aqui é normal, lá é que é indecente, o pessoal aqui só quer tomar um solzinho e trocar uns beijinhos amistosos na frente dos outros. (...) Pois Bento, conversando comigo ontem, de homem para homem, me confessou que quer virar alemão. Aqui é muito melhor, aqui o negócio é quente, não tem uma porção de melindres e fricotes, como no Brasil.", descreve.
Com a régua e o compasso próprios de um grande escritor, Ubaldo oferece uma visão original de um brasileiro típico e suas estranhezas pela capital alemã. Mesmo passados mais de 15 anos da primeira edição, o autor mostra mais uma vez que um bom texto não tem idade.

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Autoren-Profil (2011)

João Ubaldo Ribeiro nasceu em Itaparica, na Bahia, em 1941, e passou a infância em Aracaju, Sergipe. Em 1957, morando em Salvador, começou a trabalhar como repórter no Jornal da Bahia e, depois, em A Tribuna da Bahia, da qual foi editor-chefe. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia e, em 1964, obteve bolsa para cursar o mestrado em ciência política na Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos. Destacou-se em 1968 ao publicar, com o estímulo do cineasta Glauber Rocha, o romance Setembro não tem sentido. Nos anos seguintes, publicou obras que estão entre as mais importantes da literatura brasileira na segunda metade do século XX: Sargento Getúlio (1971), adaptado ao cinema em 1983, e Viva o povo brasileiro (1984). O sorriso do lagarto (1989) foi ao ar como minissérie pela TV Globo em 1991. É vencedor de importantes prêmios literários — entre eles, o Camões — e cronista dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.

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